Seca histórica no Rio Madeira desliga uma das maiores linhas de transmissão de energia elétrica do Brasil
Uma das maiores linhas de transmissão de energia elétrica do Brasil, conhecida como Linhão do Madeira, foi desligada nesta quarta-feira (4) em Rondônia devido à seca histórica do rio Madeira. Essa linha de transmissão conecta as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau à subestação de Araraquara, no estado de São Paulo.
Essa suspensão ocorre poucos dias após a paralisação da hidrelétrica de Santo Antônio, que também é uma das maiores do país. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirmou o desligamento do Linhão do Madeira, buscando priorizar o atendimento aos Estados do Acre e Rondônia por meio de conexão com a usina de Jirau.
Impacto da seca
A seca histórica que atingiu o rio Madeira nas últimas semanas levou à suspensão das operações das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau. O nível do rio chegou a atingir apenas 1,43 metro, o que levou Porto Velho a entrar em estado de alerta. Caso o rio atinja 1,22 metro, o município será declarado em estado de emergência.
Desde agosto, o nível do rio Madeira vem caindo rapidamente. Em menos de uma semana, entre o fim de agosto e início de setembro, o rio recuou mais de um metro. A Defesa Civil já previa uma seca histórica na época.
Linhão do Madeira
O Linhão do Madeira é considerado uma das maiores linhas de transmissão de energia elétrica do Brasil, com mais de 2,3 mil quilômetros de extensão. Ao longo da linha, são encontradas aproximadamente 5 mil torres que atravessam mais de 80 municípios. O investimento total para a construção desse empreendimento foi estimado em R$ 3,2 bilhões.
O Linhão do Madeira começou a operar em 2013, ligando as duas hidrelétricas instaladas no rio Madeira, Santo Antônio e Jirau, em Rondônia, à região Sudeste do país. A subestação de Araraquara 2, localizada em São Paulo, é a principal conexão dessa linha de transmissão com a região Sudeste.
Impacto nas hidrelétricas
A hidrelétrica de Santo Antônio, que opera como uma usina de fio d'água e possui um reservatório pequeno, não conseguiu manter o funcionamento das turbinas devido à baixa vazão de água do rio Madeira. A suspensão das operações dessa usina foi feita em acordo com o ONS para preservar a integridade das unidades geradoras.
Já a hidrelétrica de Jirau informou que continua operando normalmente, uma vez que suas turbinas foram projetadas para funcionar com uma queda líquida entre 10 e 20 metros, e a queda atual é de 12,20 metros.
Retomada das operações
De acordo com o ONS, a retomada das operações das hidrelétricas do Complexo do Madeira é avaliada constantemente, mas ainda não há previsão definida para quando isso acontecerá. A decisão de desligar os bipolos do Linhão do Madeira foi necessária para garantir o suprimento adequado de carga aos estados do Acre e Rondônia.
A bacia do rio Madeira está em uma condição hidrometeorológica bastante desfavorável, o que resultou na paralisação das usinas do Complexo do Madeira. O ONS está monitorando a situação e trabalhando para manter a confiabilidade no suprimento de energia elétrica.
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